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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Nasci no Rio de Janeiro e apesar dos problemas, amo essa minha cidade. Nos últimos anos tenho me dedicado a fotografar por aí. Sou alguém de sorte e de muitos amores. Não sei dizer se sou feliz hoje. Isso é algo que a gente só tem certeza quando o tempo passa, quando a poeira baixa, por isso que afirmo que estava bem feliz ontem. Minha inquietação ainda vai me levar a lugares onde nunca sonhei estar. Pode apostar...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Assaltantes emocionais





Tenho repensado muito minhas amizades, com quem convivo, em quem confiar.
Não levei “rasteira” ou coisa parecida. Está apenas acontecendo.
Chega uma hora na vida da gente, que a qualidade dos relacionamentos precisa ser boa. Não vale a pena tolerar nada. Aceitar sim, mas com um nó garganta jamais. É isso que tenho feito.
Desde então, tenho sofrido decepções, me entristecido. Mas tenho entrado em descobertas que só o tempo poderia me proporcionar.
É preciso coragem, mas garanto que vale o investimento.
Tenho estado mais perto de gente bem resolvida. Que chora, sofre, ri, mas antes de qualquer coisa, ama!
Isso me deixa envaidecida, orgulhosa de mim, pois estou recebendo o que tenho doado. Que privilégio e tanto.
Ontem recebi por e-mail o texto que segue abaixo, aliás, veio de uma pessoa muito querida.
Que sirva de alerta, lição, alô, alô... para todos nós, lembrando que os relacionamentos amorosos envolvem amigos, namorados, famíliares e todos a quem dedicamos amor.

Beijo e aproveite!
Li.

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Assaltantes emocionais



Recentemente, li uma observação arguta e eloqüente sobre um certo tipo de relacionamento amoroso: aquele em que um dos dois é qualificado de "assaltante emocional" – pessoa "sempre com a arma na cabeça do companheiro, exigindo, exigindo".


Quando em um namoro ou casamento um dos parceiros sente-se "assaltado" pelo outro, isso quer dizer que o amor não está dando as cartas. O controle da situação foi assumido pelo ciúme, egoísmo, vaidade, prepotência e possessividade. Pois enquanto o amor predomina, a relação é marcada por altruísmo, generosidade, humildade e respeito pelo parceiro.


A confusão entre possessividade e amor é freqüente. Virou até um adesivo para se colocar no vidro traseiro do carro: "Não tenho tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho." Quem acredita nessas palavras ainda não aprendeu que amor é doação, respeito, admiração e liberdade. Amor tem a ver com ser e estar. Não com ter e possuir.


A imagem do "assaltante emocional" descreve com precisão um tipo de comportamento que é característico de quem se deixou envolver pelo ciúme e perdeu o controle dos sentimentos, tornando-se escravo das emoções. Ora, amor é um sentimento adulto e maduro das pessoas conscientes de que não podem controlar nem possuir a pessoa amada. Convivem para desenvolver uma relação dinâmica, que evolui, modifica-se com o passar do tempo e dará frutos preciosos – se bem cuidada. É uma relação baseada na troca de carinho, de idéias, de apoio, e não na exploração de uma pessoa pela outra, ou na busca de posições de cobrança sobre o outro. O "assaltante emocional", uma vez passado o entusiasmo inicial da paixão, torna-se uma companhia desgastante e difícil. Deixa de ser alguém que pode ser amado e passa a ser uma pessoa da qual é preciso livrar-se. Em geral, é a insegurança que motiva seu comportamento. Um tipo de insegurança originário de problemas pessoais, dificuldades emocionais profundas, que necessitam de tratamento e, por isso, não podem ser resolvidas com medidas práticas. Por mais que o parceiro se esforce por acalmar-lhe as ansiedades, haverá a busca de novos motivos para explicar inseguranças e desconfianças, justificando exigências infantis e absurdas. Nada será capaz de aplacar suas exigências, sempre renovadas. É o chamado poço sem fundo.


A solução para a vítima do "assaltante" é livrar-se dela(e) ao menor custo possível. Quanto mais cedo perceber a índole do parceiro, mais depressa deve procurar romper. Convém evitar o prolongamento com a desculpa de tentar salvar a relação, pois o que se consegue de fato é aumentar os danos recíprocos e, em conseqüência, mágoas e ódios. Quanto maior a duração do elo, mais difícil e complicado dar-lhe fim sem sofrimento. Explica-se: o "assaltante" vai, aos poucos, construindo uma dependência emocional do outro, criando um vínculo perverso: em vez de uma relação de crescimento recíproco, duas pessoas cultivam neuroses e patologias variadas.


Essa espécie de ligação pode ser uma grande fonte de aprendizado. Aprende-se a fugir de certo tipo de pessoa e percebe-se quais as personalidades a evitar. Assim, a experiência protegerá contra futuros desastres amorosos. Mas se você continuar com o mesmo, voltar para ele ou cair nos braços de outro "assaltante", cuidado. Significa que tem a sua parcela de responsabilidade. Errar uma vez pode ser inevitável. Cometer o mesmo erro de novo indica, no mínimo, imaturidade. Na maioria dos casos, porém, uma doentia atração pela posição de vítima.




Luiz Alberto Py, médico psiquiatra, psicanalista e conferencista. Publicou, pela editora Campus, o livro A linguagem da Saúde (1998).

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